quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Legislação e políticas culturais

Programa 10 - 27/9 - A bilheteria no Cinema da Retomada

" Sistema de distribuição do Cinema nacional

O Cinema brasileiro da retomada é marcado pelo financiamento via leis de incentivo. O que é um fenômeno realmente novo no modo de fazer Cinema no Brasil.
Nos anos 70, 80 e 90 a produção no país foi feita principalmente por meio da Embrafilme, uma empresa estatal para fomento do Cinema. Porém, o Governo Collor extinguiu a Embrafilme em março de 1990.
Já houve época, também, em que se fez Cinema no Brasil através de grandes produtoras, nos moldes da produção norte-americana. Uma das maiores foi a "Companhia Cinematrográfica Vera Cruz", na década de 50.
As leis de incentivo têm sido a principal forma de fomento à cultura no Brasil desde o final do século passado. Dentro desse contexto, o Cinema tem apoio especial, através de uma lei específica – a "Lei do Audiovisual",
e ainda assim pode usufruir do mecanismos da Lei Rouanet.
Mas há uma crítica feita a esse modelo de financiamento por causa da distribuição. Não há uma necessidade de retorno financeiro dos filmes: os produtores já são pagos (pelo menos quase totalmente) com a própria produção dos filmes.
Tem outra questão: como os filmes são financiados quase 100% com verba pública, seria de se esperar que chegassem a um grande público: mas, de fato, não é o que vem acontecendo. Vê-se que filmes nacionais com reconhecida qualidade técnica não chegam às salas de Cinema e às locadoras dos lugares afastados das capitais.
A Lei exige uma cota mínima de filmes nacionais nos Cinemas. Porém, esses filmes várias vezes são rodados sem divulgação: também um convite ao fracasso.
Os dados de bilheteria do Cinema da retomada indicam que ainda há um caminho a trilhar no sentido de atrair o público para os filmes nacionais – um desafio de garantir a distribuição e o acesso ao Cinema nacional sem perder a qualidade artística. "

Bruno Leites

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